Encontrei na Rede Teatro da Floresta.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
meu princípio de Diário de Bordo
Ainda estou acostumando com a idéia de dizer aos outros que um de meus atuais ofícios é o de pesquisador-artista (ou vice-versa). Sinto um desconforto, talvez porque esta definição é geralmente apropriada pela classe teatral de Belém, da qual não me sinto integrante mas que busco aos poucos conhecer. Isso porque, talvez, eu ainda não tenha abraçado meu lado artista, ou ainda porque minha atuação na cena belemense é minguada. Reconheço, entretanto, que é preciso começar de alguma forma, como o trabalho exploratório que estamos desenvolvendo no projeto que justifica a existência deste blog.
Mas um pensamento cresce em mim e reage contra a incerteza, que beira a insegurança, de se realizar um tal projeto: a criação artística não pode ser privilégio de uma classe artística, mas um direito de todo cidadão, que, ao meu ver, terá cada vez mais acesso à arte através do fortalecimento das classes artísticas, desde que tal fortalecimento esteja condicionado ao compromisso social (e não classista) do artesão para com a difusão de uma cultura de criação, que possibilite ao indivíduo não apenas criar a forma artística, mas atuar na cena da vida, criticamente, com autonomia sobre a definição do próprio futuro.
Para mim, este é o princípio que justifica a criação de um diário de bordo para este processo de pesquisa, experimentação e criação artística, na plataforma blog, que resultará em uma publicação on-line de registro dos percursos que trilhamos até a conclusão do processo "3joãodiabo1". A idéia é publicizar uma descrição completa do processo, desde a pesquisa de criação do espetáculo, passando pelas etapas de experimentação cênica, até a conclusão do roteiro e dramaturgia.
Mas um pensamento cresce em mim e reage contra a incerteza, que beira a insegurança, de se realizar um tal projeto: a criação artística não pode ser privilégio de uma classe artística, mas um direito de todo cidadão, que, ao meu ver, terá cada vez mais acesso à arte através do fortalecimento das classes artísticas, desde que tal fortalecimento esteja condicionado ao compromisso social (e não classista) do artesão para com a difusão de uma cultura de criação, que possibilite ao indivíduo não apenas criar a forma artística, mas atuar na cena da vida, criticamente, com autonomia sobre a definição do próprio futuro.
Para mim, este é o princípio que justifica a criação de um diário de bordo para este processo de pesquisa, experimentação e criação artística, na plataforma blog, que resultará em uma publicação on-line de registro dos percursos que trilhamos até a conclusão do processo "3joãodiabo1". A idéia é publicizar uma descrição completa do processo, desde a pesquisa de criação do espetáculo, passando pelas etapas de experimentação cênica, até a conclusão do roteiro e dramaturgia.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
História e perfil de João Maldito
Idade: entre 60 e 70 anos
Defeitos: Cético, desconfiado, louco, amaldiçoado e solitário
Qualidades: Sábio, simples e amigo
Adereços: Tem uma planta de estimação, tem uma bengala ou cachado que usa como um dos seus membros, pois a idade já não era sua parceira.
Motivação: Encontrar o demo para se ver livre de sua maldição. Encontra novamente a chuva. (Ver “História”)
História:
Um fato revela muito da história de João Maldito. Certo dia, João e seu pai voltam da roça. Ouvem uma voz vinda de uma garrafa. Pai pega a garrafa e discute com o demo preso. Humilha-o por ter sido colocado dentro de uma garrafa e subestima seus poderes. Diz que o demo não tinha força nem pra fazer chover. João pede para o pai não abrir a garrafa: “não brinque com o demo!”. O diabo promete fazer chover se a garrafa for aberta. O pai abre a garrafa e o demo cumpre a promessa. Chove. Mas o rabo de seta pede pro pai se desculpar pelos insultos anteriores. O pai se faz de rogado e diz que nunca irá pedir desculpas pro encardido. Sendo assim, o diabo, para proteger sua honra própria, lança maldição no pai de João. O filho paga pelo pai da seguinte forma: onde João estiver, não choverá, até que o pai peça desculpas ao diabo. O pai fala que nunca faria tal coisa condenada por Deus. (Pedir desculpas pro Diabo). Para a chuva. Passa o tempo e a roça não prospera. A maldição estava em curso. O pai, teimoso/orgulhoso, morre miserável sem pedir as desculpas. Amaldiçoado, João se torna um andarilho solitário em busca do diabo e de um modo de quebrar a maldição. Não pode parar muito tempo em cidades, pois trás o fardo da seca consigo. Adquire aspecto/aparência de louco.
Local de nascimento: a definir...
Defeitos: Cético, desconfiado, louco, amaldiçoado e solitário
Qualidades: Sábio, simples e amigo
Adereços: Tem uma planta de estimação, tem uma bengala ou cachado que usa como um dos seus membros, pois a idade já não era sua parceira.
Motivação: Encontrar o demo para se ver livre de sua maldição. Encontra novamente a chuva. (Ver “História”)
História:
Um fato revela muito da história de João Maldito. Certo dia, João e seu pai voltam da roça. Ouvem uma voz vinda de uma garrafa. Pai pega a garrafa e discute com o demo preso. Humilha-o por ter sido colocado dentro de uma garrafa e subestima seus poderes. Diz que o demo não tinha força nem pra fazer chover. João pede para o pai não abrir a garrafa: “não brinque com o demo!”. O diabo promete fazer chover se a garrafa for aberta. O pai abre a garrafa e o demo cumpre a promessa. Chove. Mas o rabo de seta pede pro pai se desculpar pelos insultos anteriores. O pai se faz de rogado e diz que nunca irá pedir desculpas pro encardido. Sendo assim, o diabo, para proteger sua honra própria, lança maldição no pai de João. O filho paga pelo pai da seguinte forma: onde João estiver, não choverá, até que o pai peça desculpas ao diabo. O pai fala que nunca faria tal coisa condenada por Deus. (Pedir desculpas pro Diabo). Para a chuva. Passa o tempo e a roça não prospera. A maldição estava em curso. O pai, teimoso/orgulhoso, morre miserável sem pedir as desculpas. Amaldiçoado, João se torna um andarilho solitário em busca do diabo e de um modo de quebrar a maldição. Não pode parar muito tempo em cidades, pois trás o fardo da seca consigo. Adquire aspecto/aparência de louco.
Local de nascimento: a definir...
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Momentos iniciais de inserção no processo
Inicialmente veio a curiosidade e o fascínio (mesmo sem saber exatamente do que se tratava) mais me chamou atenção àqueles pequenos fragmentos sobre esse tal processo. Um olhar de fora que observava as fisionomias conhecidas, mantendo-se atenta as vozes expelidas por lábios nervosos do fervor da criação. Vários pensamentos, sentimentos e sensações surgiram nessa agonia de não fazer parte dessa nova experiência. Mesmo assim fui seguindo a paixão e o ímpeto pelo novo. Finalmente, entrei no processo. Recebi uma tal de Maria de Nazaré para lapidar. Uma mulher ribeirinha com um filho no colo (útero).
Aos poucos fui agregando novos elementos a essa ribeirinha: seu corpo, sua face, seus cabelos, sua boca, sua trajetória de vida, suas motivações, sua alma, seu destino. Uma mulher grávida que larga sua vida simples para ir em busca de uma resposta para a própria vida. Ela diz: “Quero ir para Belém, quero conhecer Nossa Senhora de Nazaré. Quero pedir desculpa pelo filho sem pai que carrego, mas também tenho que agradecer por esse fruto que me dá esperanças para continuar vivendo”.
Nessa trajetória de criação e recriação, surgi mais um elemento, o amor entre Maria e Cisquinho, o encontro do vento com a chuva. Maria tornou-se o vento, mesmo sem saber. Mas ninguém sabe exatamente de onde vem, nem para onde vai esse tal vento.
Maria de Nazaré nasceu e me deram ela para criar. Estou ajudando ela a se desenvolver, ela está crescendo, o corpo de mulher está surgindo aos poucos, a personalidade e a história de vida estão em constante formação. Confesso que está sendo desafiador criar essa Maria (às vezes me perco nesse processo de pesquisa e constante criação e recriação), mas ambas estão com uma ânsia muito grande de experimentar os vários estágios da vida e do teatro.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
O 4º elemento: Apresentando "Aquele"
Diferentes caminhos têm nos levado à conclusão de nossas metas nesse processo COLABORATIVO no qual as EPIFANIAS estão em alta, mesmo que, às vezes, pensemos em cometer uma DEFENESTRAÇÃO.
Nossas idéias revelam-se ousadas e inspiradoras e, pouco a pouco, vão dando forma a esse espetáculo provisoriamente conhecido como "3joãodiabo1".
Foi nesse percurso que surgiu o personagem que estou pesquisando, um 4º elemento, um antagonista, um personagem surpreendente que promete movimentar nossa estória.
Seu nome???
Bom, por hora, acho que vamos conhecê-lo apenas como "Aquele".
Seja quais forem suas reais intenções, ele pretende dar uma ajuda para os 3 Joãos (Jupiara, Sidu e Cisquinho) em sua jornada em busca de fazer chover no sertão.
Assim que tivermos ilustrações desse personagem ainda obscuro, vamos conhecer mais sobre ele.
Aguarde e confira!!!
Nossas idéias revelam-se ousadas e inspiradoras e, pouco a pouco, vão dando forma a esse espetáculo provisoriamente conhecido como "3joãodiabo1".
Foi nesse percurso que surgiu o personagem que estou pesquisando, um 4º elemento, um antagonista, um personagem surpreendente que promete movimentar nossa estória.
Seu nome???
Bom, por hora, acho que vamos conhecê-lo apenas como "Aquele".
Seja quais forem suas reais intenções, ele pretende dar uma ajuda para os 3 Joãos (Jupiara, Sidu e Cisquinho) em sua jornada em busca de fazer chover no sertão.
Assim que tivermos ilustrações desse personagem ainda obscuro, vamos conhecer mais sobre ele.
Aguarde e confira!!!
sábado, 13 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Trecho de um poema!
Deixo o sertão,
Mas hei guardar saudade,
Do meu pequeno sítio ou da cidade,
Lugar que plantei o meu coração.
Mas hei guardar saudade,
Do meu pequeno sítio ou da cidade,
Lugar que plantei o meu coração.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Corpo e máscara
Este é o trabalho do Mummenschanz, companhia de teatro suíça que ficou famosa por suas máscaras bizarras e movimentação. Tem gente que os compara com o Blue Man Group de hoje. Gosto deles como referência para o trabalho de corpo que vamos desenvolver na cena "nua".
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
INVOCAÇÃO ATENDIDA NO PAPEL
O novo trabalho do Andrei carrega a idéia do "dia líquido", que o Cordel do Fogo Encantando muito bem trabalha em CHOVER, música que começa com os seguintes versos:
"O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantandojavascript:void(0)
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove"
OBS: A propósito, não é a toa que o outro nome da música é INVOCAÇÃO PARA UM DIA LÍQUIDO.
O clipe segue abaixo:
Pra conferir a letra inteira, clique aqui.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
merda vira adubo...
"cadeachuva?", "3joãodiabo1", nomes vem e vão, e não ficam. a criança não tem nome, tampouco sexo. ainda.
um "processo colaborativo", foi o que os meninos (e a Carol) disseram ao me apresentar a proposta. no final, todos acabamos por adorar essa "colaboratividade", porque não ficou somente no campo das idéias, mas assumiu a ação. estamos, portanto, colaborando. muita coisa do que falamos é merda mesmo, mas, como disse o professor André, um dos irmãos Souza: "merda vira adubo". Espero que esse adubo sirva e se converta em epifanias (mais uma pérola do grande professor, que não é Paulo Freire).
começamos a escrever o roteiro hoje. o que isso significa? que temos muitas idéias dispersas, carentes de organização. em breve, certamente, teremos avançado. mas fica o registro do início desta empreitada colaborativa. de fato, estamos construindo esse trabalho ouvindo vozes criadoras. temos agora que estabelecer um plano de criação que nos possibilite avançar num ritmo determinado. temos fevereiro inteiro pra conceber boa parte deste trabalho, uma espécie de texto base.
merda pra nós, do Grupo de Teatro da UNIPOP.
colaboradores do post: felipe, carol e andré.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Esse processo criativo (e colaborativo) de um espetáculo ainda sem nome certo, e que agora se insere nas atividades regulares do grupo de Teatro da UNIPOP dá as boas vindas aos novos participantes e espera muitas contribuições para que possamos, juntos, levar este trabalho adiante da maneira mais completa possível.
Vamos lá, galera, mãos à obra!!!!
Vamos lá, galera, mãos à obra!!!!
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