quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

1 ANO DE PROCESSO!!!!

É isso galera, hoje faz um ano que o projeto 3joãodiabo1 nasceu...
Tudo por culpa da cabeça abençoada da Carol que teve uma ideia e resolveu chamar uns parceiros p/ que a mesma pudesse ser concretizada, e ao longo desse um ano mais parceiros resolveram se juntar a essa epifania.

Depois de um ano de processo foi que começamos a ver uma luz no fim do túnel ou o próprio trabalho a caminho de ser finalizado, graças a premiação do Projeto de Extensão (PROEX) da Universidade Federal do Pará.

Mas como como não somos de deixar coisas como essas passar em branco, daqui a pouco estaremos comendo uma pizza para comemorar.
P.S. não nos responsabilizamos pelos desdobramentos dessa pizza! :D


PARABÉNS À
Carol Dominguez
André Souza
Felipe Cortez
Andrei Souza
Washington Luís
Kayo Costa
Maria Silva
Nete Pamplona
Thiago Losant

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Dessa vez conseguimos!

Resultado do Prêmio Proex de Arte e Cultura 2010

A Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará (Proex-UFPA) torna público o resultado do Edital “Prêmio Proex de Arte e Cultura 2010” nas categorias: Audiovisual, Música, Artes Visuais, Artes Cênicas, Formação em Artes, Memória e Patrimônio, e Conexões Culturais: Universidade e Movimentos Sociais

Entre os contemplados estão projetos dos Campi de Soure, Breves, Marabá, Castanhal e Belém, das subunidades acadêmicas: ETEDUFPA – Escola de Teatro e Dança da UFPA, EMUFPA – Escola de Música da UFPA, Faculdade de Psicologia, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de História, Faculdade de Artes Visuais e Museologia, Faculdade de Letras e Faculdade de Comunicação. Entre os coordenadores dos projetos contemplados, 17 são estudantes e 15 são professores.



Link para o resultado final

domingo, 30 de maio de 2010

3Joãodiabo1

Será que o processo ainda está vivo? Será que “ele ainda pulsa”?. Talvez esteja adormecido, como uma criança recém nascida. Eu lembro, na sua gênese, no parir das idéias, os seus pais estavam altamente eufóricos com seu nascimento, estavam fervilhando de idéias e pensamentos, queriam desbravar o mundo com Jupiara, João Sidu, Cisquinho. Será que eles eram sonhadores, apaixonados, utópicos? Não sei. Apenas sei que são atores e atrizes querendo revelar ao mundo o seu potencial criador.

sábado, 20 de março de 2010

MARIA DE NAZARÉ RIBEIRINHA: A GRAVIDEZ!

Essa mulher grávida que carrega no útero um filho... Filho do amor, do prazer e do pecado. Abandonada a própria sorte. Revela o desamor, a falta de amor. Mas essa mulher: Maria, ainda ama. Ama o homem que a abandou. Ama o filho sem pai. Ama o fruto que se desenvolve no seu útero. Esse embrião alimentado com a fome, com a miséria, com a precariedade de uma vida carregada de sacrifícios, de dores, de desafios, de obstáculos, de pobreza material. Maria chora, chora de arrependimento. Como pode estar grávida de um filho que nunca irá conhecer o pai? Maria ainda se sente suja. Suja do gozo. Suja do teu gozo de prazer. Quando você foi embora, ela se sentiu como uma prostituta. Uma simples prostituta. Ela se perguntava: “(...) será que alguma mulher já se sentiu assim?” Maria, sabia que a resposta era sim. Aquele homem afirmava que ela era o grande amor de sua vida. Mesmo sabendo que seria pai, ele foi embora. Como um aventureiro, deixou para trás o seu “grande amor” e um filho. Maria não tinha culpa. Apenas se apaixonou por um homem mais velho, engravidou e foi abandonada. Ele roubou sua virgindade e quando soube que aquela fertilidade de mulher estava transformando-se em maternidade, fugiu. Fugiu para nunca mais voltar para aquela terra. Apesar da dor, essa menina, essa mulher, essa Maria, está viva, está mais viva do que nunca. Ela não perdeu sua alegria, sua suavidade, seu encantamento e sua beleza. No entanto, Maria resolve ir embora. Ela está em busca de uma resposta para a própria vida. Resolve ir ao encontro de nossa senhora de Nazaré: “(...) tenho que pedir perdão, mas também tenho que agradecer... eu amo esse filho que carrego no meu ventre, ele me faz acreditar na vida e no amor, mas não sei o que fazer, as vezes, nem sei mais quem eu sou (...)”. O vento e a chuva, trazem Maria para os braços de Nossa Senhora de Nazaré. A Maria: ribeirinha, dona de casa, analfabeta. Vem para Belém para ser lavadeira. Lavadeira da própria sorte. Enquanto no seu útero, uma nova vida está sendo gerada.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

uma árvore boaliana...

Encontrei na Rede Teatro da Floresta.

meu princípio de Diário de Bordo

Ainda estou acostumando com a idéia de dizer aos outros que um de meus atuais ofícios é o de pesquisador-artista (ou vice-versa). Sinto um desconforto, talvez porque esta definição é geralmente apropriada pela classe teatral de Belém, da qual não me sinto integrante mas que busco aos poucos conhecer. Isso porque, talvez, eu ainda não tenha abraçado meu lado artista, ou ainda porque minha atuação na cena belemense é minguada. Reconheço, entretanto, que é preciso começar de alguma forma, como o trabalho exploratório que estamos desenvolvendo no projeto que justifica a existência deste blog.

Mas um pensamento cresce em mim e reage contra a incerteza, que beira a insegurança, de se realizar um tal projeto: a criação artística não pode ser privilégio de uma classe artística, mas um direito de todo cidadão, que, ao meu ver, terá cada vez mais acesso à arte através do fortalecimento das classes artísticas, desde que tal fortalecimento esteja condicionado ao compromisso social (e não classista) do artesão para com a difusão de uma cultura de criação, que possibilite ao indivíduo não apenas criar a forma artística, mas atuar na cena da vida, criticamente, com autonomia sobre a definição do próprio futuro.

Para mim, este é o princípio que justifica a criação de um diário de bordo para este processo de pesquisa, experimentação e criação artística, na plataforma blog, que resultará em uma publicação on-line de registro dos percursos que trilhamos até a conclusão do processo "3joãodiabo1". A idéia é publicizar uma descrição completa do processo, desde a pesquisa de criação do espetáculo, passando pelas etapas de experimentação cênica, até a conclusão do roteiro e dramaturgia.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

História e perfil de João Maldito

Idade: entre 60 e 70 anos

Defeitos: Cético, desconfiado, louco, amaldiçoado e solitário

Qualidades: Sábio, simples e amigo

Adereços: Tem uma planta de estimação, tem uma bengala ou cachado que usa como um dos seus membros, pois a idade já não era sua parceira.

Motivação: Encontrar o demo para se ver livre de sua maldição. Encontra novamente a chuva. (Ver “História”)

História:

Um fato revela muito da história de João Maldito. Certo dia, João e seu pai voltam da roça. Ouvem uma voz vinda de uma garrafa. Pai pega a garrafa e discute com o demo preso. Humilha-o por ter sido colocado dentro de uma garrafa e subestima seus poderes. Diz que o demo não tinha força nem pra fazer chover. João pede para o pai não abrir a garrafa: “não brinque com o demo!”. O diabo promete fazer chover se a garrafa for aberta. O pai abre a garrafa e o demo cumpre a promessa. Chove. Mas o rabo de seta pede pro pai se desculpar pelos insultos anteriores. O pai se faz de rogado e diz que nunca irá pedir desculpas pro encardido. Sendo assim, o diabo, para proteger sua honra própria, lança maldição no pai de João. O filho paga pelo pai da seguinte forma: onde João estiver, não choverá, até que o pai peça desculpas ao diabo. O pai fala que nunca faria tal coisa condenada por Deus. (Pedir desculpas pro Diabo). Para a chuva. Passa o tempo e a roça não prospera. A maldição estava em curso. O pai, teimoso/orgulhoso, morre miserável sem pedir as desculpas. Amaldiçoado, João se torna um andarilho solitário em busca do diabo e de um modo de quebrar a maldição. Não pode parar muito tempo em cidades, pois trás o fardo da seca consigo. Adquire aspecto/aparência de louco.

Local de nascimento: a definir...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fonte de inspiração...



Mais uma Maria dentre tantas?!

Momentos iniciais de inserção no processo

Inicialmente veio a curiosidade e o fascínio (mesmo sem saber exatamente do que se tratava) mais me chamou atenção àqueles pequenos fragmentos sobre esse tal processo. Um olhar de fora que observava as fisionomias conhecidas, mantendo-se atenta as vozes expelidas por lábios nervosos do fervor da criação. Vários pensamentos, sentimentos e sensações surgiram nessa agonia de não fazer parte dessa nova experiência. Mesmo assim fui seguindo a paixão e o ímpeto pelo novo. Finalmente, entrei no processo. Recebi uma tal de Maria de Nazaré para lapidar. Uma mulher ribeirinha com um filho no colo (útero).
Aos poucos fui agregando novos elementos a essa ribeirinha: seu corpo, sua face, seus cabelos, sua boca, sua trajetória de vida, suas motivações, sua alma, seu destino. Uma mulher grávida que larga sua vida simples para ir em busca de uma resposta para a própria vida. Ela diz: “Quero ir para Belém, quero conhecer Nossa Senhora de Nazaré. Quero pedir desculpa pelo filho sem pai que carrego, mas também tenho que agradecer por esse fruto que me dá esperanças para continuar vivendo”.
Nessa trajetória de criação e recriação, surgi mais um elemento, o amor entre Maria e Cisquinho, o encontro do vento com a chuva. Maria tornou-se o vento, mesmo sem saber. Mas ninguém sabe exatamente de onde vem, nem para onde vai esse tal vento.
Maria de Nazaré nasceu e me deram ela para criar. Estou ajudando ela a se desenvolver, ela está crescendo, o corpo de mulher está surgindo aos poucos, a personalidade e a história de vida estão em constante formação. Confesso que está sendo desafiador criar essa Maria (às vezes me perco nesse processo de pesquisa e constante criação e recriação), mas ambas estão com uma ânsia muito grande de experimentar os vários estágios da vida e do teatro.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O 4º elemento: Apresentando "Aquele"

Diferentes caminhos têm nos levado à conclusão de nossas metas nesse processo COLABORATIVO no qual as EPIFANIAS estão em alta, mesmo que, às vezes, pensemos em cometer uma DEFENESTRAÇÃO.
Nossas idéias revelam-se ousadas e inspiradoras e, pouco a pouco, vão dando forma a esse espetáculo provisoriamente conhecido como "3joãodiabo1".
Foi nesse percurso que surgiu o personagem que estou pesquisando, um 4º elemento, um antagonista, um personagem surpreendente que promete movimentar nossa estória.
Seu nome???
Bom, por hora, acho que vamos conhecê-lo apenas como "Aquele".
Seja quais forem suas reais intenções, ele pretende dar uma ajuda para os 3 Joãos (Jupiara, Sidu e Cisquinho) em sua jornada em busca de fazer chover no sertão.
Assim que tivermos ilustrações desse personagem ainda obscuro, vamos conhecer mais sobre ele.
Aguarde e confira!!!

sábado, 13 de fevereiro de 2010



Antônio Conselheiro seria um possível perfil/caracterização de personagem João Sidu. A imagem também vem com proposta de figura e adereços que poderia proporcionar com a proposta do Sidu.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Trecho de um poema!

Deixo o sertão,
Mas hei guardar saudade,
Do meu pequeno sítio ou da cidade,
Lugar que plantei o meu coração.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Corpo e máscara



Este é o trabalho do Mummenschanz, companhia de teatro suíça que ficou famosa por suas máscaras bizarras e movimentação. Tem gente que os compara com o Blue Man Group de hoje. Gosto deles como referência para o trabalho de corpo que vamos desenvolver na cena "nua".

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Homem Sentado de Andrei Souza



Oferenda do nosso "desenheiro". Inspirai-vos.

INVOCAÇÃO ATENDIDA NO PAPEL







O novo trabalho do Andrei carrega a idéia do "dia líquido", que o Cordel do Fogo Encantando muito bem trabalha em CHOVER, música que começa com os seguintes versos:

"O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantandojavascript:void(0)
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove"

OBS: A propósito, não é a toa que o outro nome da música é INVOCAÇÃO PARA UM DIA LÍQUIDO.

O clipe segue abaixo:



Pra conferir a letra inteira, clique aqui.

domingo, 7 de fevereiro de 2010



Postando imagens do nosso processo. A arte é de Andrei Souza (Um dos irmãos Souza!)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

merda vira adubo...


"cadeachuva?", "3joãodiabo1", nomes vem e vão, e não ficam. a criança não tem nome, tampouco sexo. ainda.


um "processo colaborativo", foi o que os meninos (e a Carol) disseram ao me apresentar a proposta. no final, todos acabamos por adorar essa "colaboratividade", porque não ficou somente no campo das idéias, mas assumiu a ação. estamos, portanto, colaborando. muita coisa do que falamos é merda mesmo, mas, como disse o professor André, um dos irmãos Souza: "merda vira adubo". Espero que esse adubo sirva e se converta em epifanias (mais uma pérola do grande professor, que não é Paulo Freire).

começamos a escrever o roteiro hoje. o que isso significa? que temos muitas idéias dispersas, carentes de organização. em breve, certamente, teremos avançado. mas fica o registro do início desta empreitada colaborativa. de fato, estamos construindo esse trabalho ouvindo vozes criadoras. temos agora que estabelecer um plano de criação que nos possibilite avançar num ritmo determinado. temos fevereiro inteiro pra conceber boa parte deste trabalho, uma espécie de texto base.

merda pra nós, do Grupo de Teatro da UNIPOP.
colaboradores do post: felipe, carol e andré.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Esse processo criativo (e colaborativo) de um espetáculo ainda sem nome certo, e que agora se insere nas atividades regulares do grupo de Teatro da UNIPOP dá as boas vindas aos novos participantes e espera muitas contribuições para que possamos, juntos, levar este trabalho adiante da maneira mais completa possível.
Vamos lá, galera, mãos à obra!!!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Tempo-Espaço do cego


Os caminhos deste processo estão se ramificando, como as raízes das plantinhas. A pesquisa mostra que pouco ou nada sei sobre essa vida tão diferente da minha que é a de João Jupiara.

Ele vive em um local que nunca conheci, Itabaiana (PB), sobre o qual apenas encontro informações em vários sites que nunca vão me oferecer um experiência tão concreta quanto o estar lá.

Sei que não tenho lido o suficiente sobre esse lugar, mas preciso avançar na construção da personagem, que não pode ser definida apenas pelo lugar. Aí penso na categoria tempo que me mostra que todo lugar muda com o tempo. Isso reforça a idéia de que não devo me apegar tanto ao local, tampouco renegá-lo.

Jupiara, pra mim, é um órfão da Modernidade, que não conseguiu se adequar a ambiência de transformações do século passado e criou, até mesmo pela limitação da cegueira, seu próprio mundo de sobrevivência em tão hostil ambiente.

Ele não é vítima da seca. É um azarado: seus pais morreram por que o coroa não sabia ler e João ficou cego misteriosamente anos depois de ser adotado por padre Chico. Mas é também um grande sortudo: tudo o que sonha acontece.

Ele demora muito tempo até perceber que é um profeta. Quando o descobre, decide partir em busca do que viu em um sonho: o trovão que curaria seus olhos e o chamaria de Jupiara.

Não apenas o lugar e o tempo são cruciais pra construção desse perfil, mas a própria investigação sobre o universo dos deficientes visuais. O André sugeriu que eu fizesse um laboratório na Biblioteca Braille do CENTUR. Vou lá na próxima semana. Meu próximo post vai tratar das impressões sobre esta experiência. Até lá.

Jupiara agora é cego

Seu nome é João, que sonhou ser Jupiara, no esperado dia do Trovão e da Chuva. Por isso percorreu todo o seu sertão (o sertão paraibano), na busca destes impossíveis achados. Não achou, porque nunca perdeu. Porque só acha quem perde, né? Fez promessa pra padim Ciço, frei Damião, São Sebastião e reza escondido pra Jesus minino por segurança nesses seus caminhos.

O pai matou a mãe, porque o pai não sabia ler. Ele pensou que ela o traia. Quando soube da verdade, ele se matou. Tão triste fim tiveram, porque ele não sabia ler.

João ainda menino ficou cego. Ele, porém, nunca perdeu a luz. O cego João anda pelas cidades da Paraíba contando, por algumas moedas, as história dos seus sonhos, verdadeiras premonições.

Jupiara não sabia que é um profeta legítimo. Certo dia descobre a verdade e lembra de um sonho que nunca esqueceu: em algum lugar desconhecido, uma chuva não cansa de cair. No mesmo sonho, um trovão chama-o de Jupiara e devolve-lhe a visão. João decide encontrar a chuva para levá-la a Itabaiana (PB), que enfrentava estiagem severa nos últimos anos, e o trovão, que lhe daria novos olhos.



Um pouco de João Jupiara por João Jupiara:

"Fui criado sacristão, mas nunca entendi o que São Sebastião, padim e Damião queriam dar pra esta terra. Eles falavam de um céu tão alto, distante.

Fui criado sacristão, em casa de padre Chico, homem sábio, de coragem, que me ensinou a rezar e letrou. Pois se ao crescer não desse pra padre, ainda podia ser doutor, dando outro tipo de remédio pros homens. Mas nem doutor nem padre quis ser.

Decidi muito garoto que minha vida era andar pelo sertão, pra encontrar a cura pra terra, que tanta gente pisa e não conhece. Por que padre e doutor só cura as doença da gente. As doença do chão ninguém sabe tratar. Tá pra nascer cabra que isso possa fazer.

Mas se algo aprendi na sacristia, é que depois da morte, no terceiro dia, o homem pode renascer. E se o truvão, chegado o dia, me arrebatar, me fizer pó, me puxar dessa terra, não se espante. Aguarde o terceiro nascer do sol e, no início da tarde, antes da chuva arriar, Jupiara vai trovejar".

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cisquinho

"Oh! Deus perdoe esse pobre coitado, que de joelhos rezou rezou um bocado , pedindo prá chuva parar cair sem parar..."

João Francisco Matias Chagas jr. o Cisquinho, nasceu em uma casa singela na região do Cariri-CE. uma região de clima semi-árido do nordeste brasileiro.É o responsável por seus cinco irmãos mais novos.corajoso como é vai atrás da chuva para poder ajudar o seu sofrido povo.
"Perdeu pai e mãe, mas não está sozinho.agora busca seu caminho com outros dois companheiros vão decidir o seu destino".

Cisquinho e seus irmãos


CISQUINHO:

Um apelido carinhoso que foi dado quando ainda era uma criança, pois parecia muito com o pai, que inclusive ganhou além do apelido o próprio nome do pai João Francisco Matias Chagas Jr.Da casa era o filho mais velho, era um exemplo de responsabilidade, seriedade, e é esforçado, é capaz de tudo para alcançar seus objetivos. Mas também é uma pessoa rancorosa e fechada, muito pelo fato de ter aprendido da pior forma o peso da responsabilidade de cuidar de sua família inteira, isso o torna meio revoltado , tende a não levar desaforo pra casa, não gosta que o vejam como um coitadinho, não gosta de muita frescura não tem muito estudo, mas a maior de todas as lições, ele aprendeu muito bem: sobreviver...


JAIRZINHO:

É um ano mais novo que Cisquinho, é trabalhador e honesto, é a pessoa ideal para cuidar dos irmãos mais novos, apesar de não ter o pulso forte e a coragem do irmão mais velho. é bastante religioso e até mais sonhador que o próprio Cisquinho, porém espera que a salvação caia dos céus e que Deus tenha piedade de todo o povo nordestino...

ROBERTO e RIVELINO:

são os dois irmãos gêmeos e inseparáveis, receberam estes nomes pelo pai, que era muito fã da seleção brasileira de 70, e decidiu colocar o nome de um dos maiores ícones da época nos dois filhos.

BETÂNHA MARIA:

É a única mulher da casa talvez a que mais se apegou com a mãe, junto com Roberto e Rivelino se mantém na escola, eles são a grande esperança da família.

PELÉ:

Nasceu pretinho pretinho, e tão diferente dos irmãos mais velhos, o pai não perdeu a ocasião de por um nome tão oportuno no filho. O caçula da família é geralmente o alvo das chacotas. Ainda é uma criança, mais já sabe como ninguém o peso de ter que trabalhar pelo seu pão de cada dia.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Roteiro rimado da história

Como estamos inaugurando uma nova etapa em nosso processo de montagem do espetáculo, voltada para a criação e seleção de textos e definição do roteiro a ser seguido, preparei alguns excertos de texto, entre os quais este roteiro rimado que conta um pouco da estória que pretendemos contar:

Diz que um dia no sertão
Três cabocos se encontraram
Cada um com seu passado
E sua própria direção

Nas palavras que trocaram
Descobriram por acaso
que os três compartilhavam
Uma coisa a lhes faltar

Tantos sonhos, tantas dores
Igualados na mesma vontade
De topar c'um pouco de chuva
E mudar sua realidade

E foram os três sertão afora
Sem ter dia, mes, nem hora
Foram em busca da resposta
Pela chuva a procurar

Foi-se o cego destemido
Com o jovem sonhador
Mais o velho, o mais sabido
E a história começou

Mas por força do destino
Bem no meio do caminho
Encontraram co' Encardido
Que queria prosear
(CONTINUA...)

Bom, gente, ainda estou trabalhando nisso, bem como em outros excertos de texto para o nosso espetáculo. Como as postagens aqui no blog devem ser semanais, logo logo estarei postando mais material.

André Souza

sábado, 16 de janeiro de 2010

Novo processo

Este está sendo um processo de aprendizagem, mas como todo processo esse tem um diferencial maior em construir a dramaturgia, o perfil do personagem, saber de fato o que é a história. Esses são os elementos complicadores dessa nova metamorfose, mas como o processo é colaborativo então todos ajudam a todos com muita humildade. Enquanto pesquisa, a dificuldade é não ter meios para fazer a pesquisa e isso tem sido um complicador nessa minha participação enquanto grupo de experimentação. Mas busco à força em meus colegas de trabalho para que no final do processo der tudo certo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Um texto pré-previsto! (fragmentos)

"...Os olhos tinham a grandeza da saudade... Saudade do que nunca tive... Saudades de um vago sonho. E o meu franzino corpo paraceia não entrar em acordo com meus pontudos ossos fazendo de meus movimentos uma dança desajeitada..."
"...Verdade que tudo já era bem comum... Uma morbidez que parecia sempre ter existido... Um pedaço perdido no nada..."
"...Fechei os olhos e dormi ali mesmo, sob o olhar do Senhor dos séculos... Catando apenas meus sonhos..."

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

No início, o verbo

Criar. Verbo que precede o ser. Vamos criar então, pois já não parece haver volta. Carol lançou a idéia com a qual nos envolvemos, flertamos, a qual desvirtuamos, da qual roubamos a pureza. Idéia que agora esculpimos. Iniciamos, portanto, uma jornada.

Três vidas, um encontro, um mito e desafios. Começo a enxergar o Sol de Jupiara, mitologia de índio, com algo de um Júpiter-Zeus. Penso agora do meu lugar, com o meu falar. Assisto A Sombra do Samurai, pra captar o corpo de realeza. Shingen Takeda, arigatô.

Penso na Paraíba. Vou conhecer a Paraíba lá da casa da vovó. Vou conversar e encontrar respostas na minha própria história. Quero um Jupiara metido a artista, com algo de Jack Sparrow. Um tick nervoso com o canto dos lábios, talvez.

Umas roupas bem folgadas, escuras, meio Lawrence da Arábia. Referências não vão faltar. A costura vai ser braba. Mas não só de Ctrl+C+Ctrl+V o Jupiara vai surgir.